O 25 de Abril para os mais novos - Cronologia hora a hora
PORTUGAL: REVOLUÇÃO E TRANSIÇÃO PARA A DEMOCRACIA
Foi assim que grupo de capitães (entre os quais se encontravam Salgueiro Maia, Otelo Saraiva de Carvalho, Vasco Lourenço, Melo Antunes) que desde há alguns meses conspirava contra o regime de ditadura vigente no país fez acontecer a Revolução dos Cravos em Abril de 1974. | ||
24/03 | Última reunião clandestina da Comissão Coordenadora do Movimento das Forças Armadas (MFA), na qual foi decidido o derrube do regime e o golpe militar. | |
23/04 | Otelo Saraiva de Carvalho entrega, a capitães mensageiros, sobrescritos fechados contendo as instruções para as acções a desencadear na noite de 24 para 25 e um exemplar do jornal a Época, como senha de identificação, destinada às unidades militares participantes. | |
24/04 | O jornal República, em breve notícia, chama a atenção dos seus leitores para a emissão do programa Limite dessa noite, na Rádio Renascença. 22h Otelo Saraiva de Carvalho e outros cinco oficiais ligados ao MFA, entre eles Sanches Osório e Victor Crespo, já estão no Regimento de Engenharia 1 na Pontinha (Lisboa) onde, desde a véspera, fora clandestinamente preparado o Posto de Comando do Movimento. Será ele a comandar as operações militares contra o regime. |
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22. 55h A transmissão da canção ”E depois do Adeus”, interpretada por Paulo de Carvalho, aos microfones dos Emissores Associados de Lisboa, marca o ínicio das operações militares contra o regime. | ||
25/04 | 0. 20 h A transmissão da canção ”Grândola Vila Morena“ de José Afonso, no programa Limite da Rádio Renancença, é a senha, escolhida pelo MFA, como sinal confirmativo de que as operações militares estão em marcha e são irreversíveis. 0.30. às 16 h Ocupação de pontos estratégicos considerados fundamentais (RTP, Emissora Nacional, Rádio Clube Português, Aeroporto de Lisboa, Quartel General, Estado Maior do Exército, Ministério do Exército, Banco de Portugal e Marconi). Primeiro Comunicado do MFA difundido pelo Rádio Clube Português. Forças da Escola Prática de Cavalaria de Santarém estacionam no Terreiro do Paço. As forças paramilitares leais ao regime começam a render-se: a Legião Portuguesa é a primeira. Início do cerco ao Quartel do Carmo, chefiado por Salgueiro Maia, entre milhares de pessoas que apoiavam os militares revoltosos. Dentro do Quartel estão refugiados o Primeiro Ministo Marcelo Caetano e mais dois ministros do seu Gabinete, César Moreira Baptista e Rui Patrício. 16.30h Expirado o prazo inicial para a rendição anunciado por megafone pelo Capitão Salgueiro Maia, e após algumas diligências feitas por mediadores civis, Marcelo Caetano faz saber que está disposto a render-se e pede a comparência no Quartel do Carmo de um oficial do MFA de patente não inferior a corone. |
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17.45h Spínola, mandatado pelo MFA entra no Quartel do Carmo para negociar a rendição do Governo. O Quartel do Carmo hasteia a bandeira branca. 19. 30 h Rendição de Marcelo Caetano. A chaimite BULA entra no Quartel para retirar o ex-presidente do Conselho e os ministros que o acompanhavam, levando-os, à guarda do MFA para o Posto de Comando do Movimento no Quartel da Pontinha. 20 h Disparos de elementos da PIDE/DGS sobre manifestantes que começavam a afluir à sede daquela polícia na Rua António Maria Cardoso, fazem quatro mortos e 45 feridos. |
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26/04 | A PIDE/DGS rende-se após conversa telefónica entre o General Spínola e Silva Pais director daquela corporação. Apresentação da Junta de Salvação Nacional ao país, perante as câmaras da RTP. Por ordem do MFA Marcelo Caetano, Américo Tomás, César Moreira Baptista e outros elementos afectos ao antigo regime, são enviados para a Madeira. O General Spínola é designado Presidente da República. São libertados os presos políticos de Caxias e Peniche. |
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27/04 | Apresentação do Programa do Movimento das Forças Armadas. | |
29 a 30/05 | Regressam do exílio os líderes do Partido Socialista (Mário Soares) e do Partido Comunista Português (Álvaro Cunhal). | |
01/05 | Manifestação do 1º de Maio, em Lisboa, congrega cerca de 500.000 pessoas. Outras grandes manifestações decorreram nas principais cidades do país. |