PORTUGAL: REVOLUÇÃO E TRANSIÇÃO PARA A DEMOCRACIA
 
O tempo que veio depois foi um tempo de aprendizagem da convivência em Liberdade. Um tempo de transformação social e política do país. Um tempo em que foi necessário criar as instituições democráticas que assegurassem o exercício do poder e garantissem aos cidadãos o pleno exercício dos seus direitos e garantias fundamentais. São extintos os organismos ligados ao anterior regime: PIDE/DGS, os Serviços de Censura, a Mocidade Portuguesa e a Legião Portuguesa. São amnistiados os refractários e os desertores da guerra colonial. 
Nos dois anos que se seguem o país é governado por Governos Provisórios, seis ao todo.
Em Abril de 1975 realizam-se as primeiras eleições livres para eleger a Assembleia Constituinte encarregada de redigir uma nova Lei Fundamental (Constituição). A percentagem de votantes é enorme 91% e os resultados eleitorais os seguintes: PS 37,87%, PPD 26,38%, PCP 12,53%, MDP 4,14%, CDS 7,61% e UDP 0,79%. Votos nulos ou brancos: 6,94%. 
Cerca de um ano depois, em 2 de Abril de 1976 é aprovada a nova Constituição. O 1º Governo Constitucional toma posse em Julho de 1976, e é presidido por Mário Soares. Nesse ano é também eleito o 1º Presidente da República Constitucional - António Ramalho Eanes.
As mudanças também se fizeram sentir no plano económico e social. Grandes movimentos sociais se verificaram em torno de questões como o trabalho, a habitação, a educação e a cultura. São extintos os monopólios económicos e nacionalizados mais tarde os sectores básicos da economia (banca,seguros e transportes). Dá-se início à Reforma Agrária, que previa a extinção dos latifúndios (grandes propriedades agrícolas) e promovia a criação de cooperativas agrícolas. É reconhecido o direito à livre associação,à livre expressão e à greve.  É criada a gestão democrática nas Escolas.
Muita coisa se alterou com o 25 de Abril de 1974.
Mas, a Mudança não se efectuou num dia. Foi preciso tempo, empenho, coragem e sacrifícios de muitas pessoas para construir um País diferente onde Liberdade, Solidariedade e Democracia não fossem apenas palavras.
Para chegarmos aos dias de hoje, foi necessário aprender a viver em Democracia e a saber o significado da Tolerância.
Passo a passo, dia-a-dia, como acontece connosco, Portugal foi mudando. 
Ao longo deste caminho constituiram-se, os partidos e associações, foi garantido o direito de exercício de voto e realizaram-se, regularmente, eleições livres. Vivemos em Democracia.
Terminou a guerra colonial e as antigas colónias portuguesas tornaram-se independentes. Vivemos em Paz.
Foi aprovada uma nova Constituição em 1976 que garante os direitos cívicos, económicos e sociais dos cidadãos.
Hoje podemos livremente dizer aquilo com que concordamos e o que não apoiamos, integrar associações, viver no novo Espaço Europeu e ter acesso directo ao Mundo sem receio de censura ou perseguições. Podemos, porque há Liberdade e Democracia, hoje e todos os dias, participar e construir algo de diferente num Portugal melhor.