Coleções - Legislação - O MFA não tem partido (6/11/74)

«O M. F. A. NÃO TEM PARTIDO»

(6/11/74)

Tendo surgido ultimamente algumas referências susceptíveis de interpretações incorrectas sobre a ligação do M. F. A. com partidos ou movimentas políticos, a Comissão Coordenadora do Programa do M. F. A., através da 5,a.ª Divisão do BE. M. G. F. A., esclarece:

O M. F. A. fez uma revolução para derrubar o fascismo,,  devendo, portanto, a sua orientação ser considerada na linha progressista.
A À esquerda do fascismo (fórmula política do desespero para garantir a manutenção do capital monopolista) situa-se um leque de possíveis soluções todas eivadas em maior ou menor grau de tendências socialistas. São elas que representam o sentido progressista dia revolução, pois baseiam-se no reconhecimento de que o Estado terá de intervir para garantir o caminho da maior justiça social.
O M. F. A. não tem partido político, nem é um partido político.
O M. F. A., interpretando a vontade da esmagadora maioria dos portugueses, dinamiza as Forças Armadas que nele se vão transformando, polariza todas as forças democráticas e exige o cumprimento do programa que apresentou à Nação.
O M. F. A. encontra-se acima dos partidos políticos, aceitando todos os que se não oponham ao seu programa. Unido com o povo, assegura a instauração dse uma autêntica democracia pluralista em Portugal.
O M. F. A. encontra-se atento relativamente àqueles que, camufladamente, fazem o jogo da reacção, e combate, vigorosamente, todas as formas de sabotagem da ordem pré-democrática estabelecida.
O M. F. A. não se encontra comprometido com qualquer movimento político.
Acolhe e incentiva as forças antifascistas, mas não se vincula a nenhuma delas, porquanto são múltiplas as formas de expressão democrática e todas são necessárias e devem existir, traduzindo a variedade das opiniões e a prática das liberdades.