História Oral - Dilemas e Perspectivas

Comunicação apresentada no Colóquio Internacional ESCREVER A VIDA, organizado pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em Novembro de 2006

Maria Manuela Cruzeiro

Toute l´histoire du monde ne me paraît souvent rien d´autre qu´um livre d´images reflétant le plus violent et le plus aveugle des hommes: le désir d´oublier

                                                                                                    Herman Hesse 

O historiador não é o que faz falar os homens, mas o que os deixa falar
                                                                                                     Paul Ricoeur

 
 
   1. A conquista da legitimidade epistemológica da História Oral está associada ao questionamento de uma concepção de história baseada no facto e, de um modo geral, à crise do modelo clássico de ciência e das noções inerentes de objectividade, neutralidade, evidência e distanciamento.
A crescente chamada de  atenção para o papel do sujeito na percepção do real levou, por um lado, a que se passasse a entender a história como uma construção de modelos explicativos, nos quais o historiador tem necessariamente um papel activo e, por outro, a considerar a memória não como um mero repositório de experiências, mas como constante recriação de significados a partir daquilo que se viveu no passado e daquilo que desse passado interessa ao presente. 
 É já um clássico o estudo de Jacques Le Goff  Documentum/Monumentum, em que se questionam os fundamentos de Historiografia Positivista. Ou seja, de uma ciência histórica com base justamente no documento escrito, erigido como prova de objectividade. Esta seria, pois, garantida pelo documento, ou mais precisamente, pela técnica de leitura do mesmo (com base nas ciências auxiliares da paleografia, diplomacia, epigrafia). Segundo o autor, o termo documento vem do latim documentum, derivado de docere que significa ensinar.  Para  o positivismo, o que o documento ensina é o fundamento ou a prova do facto histórico. Ao conceito de documento, Jacques Le Goff opõe o de monumentum, que provém do verbo monere, que significa fazer recordar, avisar, iluminar, instruir, e é utilizado pelo poder não como documento objectivo, mas como intencionalidade. Daí que, quando se utiliza o documento, se pretenda uma inocência que ele não tem. Todo o documento é monumento, na medida em que se não apresenta a si mesmo, antes contém uma intencionalidade que é pelo menos nacionalista, quando não imperialista. “O documento é, pois, monumento. É o resultado do esforço feito pelas sociedades históricas, para impor ao futuro – querendo-o ou não – determinada imagem de si mesma. Em definitivo não existe um documento-verdade. Todo ele é mentira. Cabe ao historiador não fazer o papel de ingénuo”.(Le Goff, 1984:95)
A tomada de consciência do carácter “artificial” do facto histórico, da não inocência do documento lançou uma nova luz sobre a complexidade dos mecanismos de construção da história como disciplina científico-literária, segundo a feliz designação de Paul Ricoeur e conduziu, por outro lado, ao reconhecimento de realidades históricas durante muito tempo secundarizadas ou mesmo  ignoradas pelos historiadores. Entre elas está a História Oral que se impõe pois, por um lado, devido à dimensão ilusória do conceito de objectividade, o carácter lacunar, polimórfico, opaco ou mesmo falso (porque um documento falso é também um documento histórico) dos documentos; e por outro, devido à inegável riqueza e complexidade das informações que só através dela podemos obter. 
Mais do que isso, a História Oral permite devolver vida à história e fazê-la mergulhar num “banho de realidade” por certo mais compreensível para as gerações futuras do que a fria sequência de factos e datas. Segundo José Mattoso, “os novos contributos que a História Oral  traz respondem à insatisfação e a um certo cansaço que tantas vezes provocam as investigações conduzidas sob o signo do marxismo, do estruturalismo, ou mesmo da chamada escola dos Annales. Estes ocuparam-se do quadro, da paisagem humana, dos mecanismos da história e do seu funcionamento. Por isso não tinham protagonistas, apenas figurantes. Não se interessavam por acontecimentos, mas por factos. Desprezavam as excepções, porque se ocupavam fundamentalmente das recorrências. Pretendemos agora ver como é que os protagonistas, ou mesmo os heróis, actuam nesse cenário, cuja composição e funcionamento se estudou” (Mattoso,1988: 62)
Esse desejo de conhecer os acontecimentos, não “descontaminados”, assim como os protagonistas, ou mesmo os heróis (entendidos não como demiurgos que forçam o destino, mas como aqueles cujo comportamento é exemplar ou representativo de muitos outros comportamentos) explica, por certo, o actual sucesso das memórias, biografias e até do romance histórico. Utilizando e combinando em diferente escala os testemunhos directos e a ficção, o registo memorialista e biográfico não deixa de encerrar um determinado grau de verdade. Uma verdade compreensiva, diferente da verdade explicativa da ciência histórica. Mas, parafraseando ou adaptando Kant, a explicação sem a compreensão é vazia, a compreensão sem a explicação é cega…
É justamente a valorização da verdade, ou do grau de verdade contida na ficção, que contrapõe a uma “história-ciência” exclusivamente dura e racional, pontualmente satisfeita com algumas verdades ou “quase certezas”  e uma “história narrativa” apenas poética e emotiva, continuadamente experimental.
Para os defensores desta posição extrema, como Alessandro Portelli, não existe uma diferença clara entre testemunhos ou ficção, uma vez que ambos se alimentam de um imaginário fundante que cria e recria o que denominamos real. Para este autor, a História Oral não é instrumento para fornecer informações sobre o passado. O que lhe interessa é a subjectividade dos narradores. Não é, pois, o resgatar da fala dos dominados ou dominadores, o ineditismo, ou mesmo o preenchimento de lacunas que lhe interessa, mas sim a recuperação do vivido, segundo a concepção de quem o viveu.
Esta fragmentação do trabalho do historiador e sua dissolução nos ilimitados terrenos da literatura leva a juntar os dois discursos sob a designação única de texto virtual. “A questão da verdade neste ramo da história oral depende exclusivamente de quem dá o depoimento. Se o narrador diz, por exemplo, que viu um disco voador, que esteve noutro planeta, que é a encarnação de outra pessoa, não cabe duvidar. Afinal, este tipo de verdade constitui um dos eixos da nossa realidade social e, em último caso, não buscamos saber se existem ou não ovnis, ou espíritos. A nossa  busca implica entender a forma de organização mental dos colaboradores” ( Meihy,1996:63-64).
Entre a radical subjectividade desta posição e a defesa da posição extrema, de uma história-ciência, baseada na pura positividade dos factos, se desenvolve um rico e apaixonante debate que tem como epicentro o conceito de narrativa. Consoante esta é valorizada ou rejeitada, assim se desenha uma síntese criativa ou uma radical oposição entre objectividade científica e criação literária.  Mas, como escreve Rui Bebiano,  “Um reconhecimento da dimensão plural das metodologias aplicáveis na prática historiografia parece ser a forma de a retirar do impasse que, de alguma forma, é documentado por aquela hesitação. E, mais importante ainda, de prevenir eventuais ímpetos de exclusão do outro, tentação na qual, particularmente ao longo da década de 70, se caiu em alguns momentos. A dimensão poética da produção e da escrita da história, que esta de facto nunca perdeu – apesar de, insista-se, em dada altura se ter feito crer que tal tinha acontecido, o que apenas diminuiu o valor da sua presença, mas sem a anular - pode então assumir-se, sem pretensão alguma de se tornar única ou dominante, de celebrar “retornos” ou “rupturas” que excluam outras experiências , como modelo plausível e capaz de seguir um caminho próprio”  (Bebiano,2000: 85/86) 
Portanto, o historiador não tem a mesma liberdade que o romancista, embora só tenha a ganhar com alguma dose de talento literário, e mesmo com a adopção de novas formas de linguagem, que rompam com a linguagem estereotipada e cheia de conceitos muitas vezes ininteligíveis para os leitores. Porque o acontecimento, o evento em história não é um dado transparente, que se oferece na sua essência, mas alguma coisa que se insere numa intriga, numa trama, que se faz e refaz pelo historiador. A este propósito, Paul Ricoeur escreve em La Mémoire l´Histoire l´Oubli: “À cet égard, les archives constituent la première écriture à laquelle l`histoire est confrontée, avant de s´achever elle-même en écriture sur le mode littéraire de la scripturalité. L´explication/compréhension se trouve ainsi encardrée par deux écritures, une écriture d´amont et une écriture d´aval. Elle recueille l´énergie de la première et antecipe l´énergie de la seconde.” ( Ricoeur,2000:170). No binómio explicação/compreensão parece residir, pois a chave de uma epistemologia coerente da história, enquanto disciplina que procura não apenas o registo factual do que aconteceu, mas também o “porquê” do que aconteceu. Para isso, ainda segundo P. Ricoeur, a história cumpre três fases, não cronologicamente distintas mas imbricadas umas nas outras, que são: a fase documental, a fase explicativa-compreensiva e a fase representativa. Se o processo epistemológico de maior alcance se passa na segunda fase, a terceira é aquela em que se declara plenamente a intenção histórica de “representação presente das coisas ausentes do passado”. Através, precisamente da escrita, que é a única linguagem que a história conhece e que, como narrativa não pode ser uma enumeração fastidiosa de factos e dados, mas sim uma interligação “poética” dos mesmos. “A leitura da história consegue, desta maneira, alargar-se e tornar-se mais estimulante, abrindo-se á possibilidade de “viajar” através da imaginação e de, no presente, observar as personagens do passado como as pessoas que foram, e não como as figuras de cera ou como as “não figuras” em que o discurso científico as transformou” (Bebiano,2000:77)
 
2. Recuperar as pessoas através das suas próprias memórias, tentando responder à angustiante e radical questão de Pascal “Qu´est ce qu´un homme dans l´infini?” é o apaixonante e arriscado desafio da História Oral. Que, mais do que qualquer outro ramo da história, vive na estreita dependência da memória. È claro que a memória (mental, escrita ou oral) é a matéria principal da história, o que a obriga a um confronto em permanência com o imenso processo dialéctico da memória e do esquecimento, que vivem quer indivíduos, quer sociedades. No caso concreto da HO o indivíduo que rememora ou evoca o tempo vivido, fá-lo sempre de forma selectiva, o que significa que se há lembranças resgatadas, em contrapartida há outras esquecidas e excluídas de forma consciente ou inconsciente. Como escreve Fernando Catroga “a memória individual é formada pela coexistência, tensional e nem sempre pacífica, de vária memórias (pessoais, familiares, grupais, regionais, nacionais) em permanente construção devido à incessante mudança do presente em passado e às consequentes alterações ocorridas no campo das re-presentações do presente” (Catroga,2001:16). 
Mas a memória oral, porque pessoal e directa, tem o inegável fascínio de ser mais próxima e mais viva, se comparada com qualquer das outras modalidades da memória, além de ser absolutamente indispensável para todos aqueles acontecimentos que de uma forma ou outra surpreendem o normal curso da história de longa duração, mais preocupada com as impessoais estruturas económicas e sociais e a suas permanências seculares, do que com o tempo de curta duração do acontecimento, que subverte essas estruturas, de alguma forma curto-circuitando esse processo e invadindo a cena com protagonistas que improvisam e não são apenas figurantes que debitam um papel já conhecido. São os momentos de crise como as revoluções em que a pura racionalidade abstracta dos conceitos e dos sistemas, cede face à invasão de elementos supra ou infra racionais, como as paixões políticas, a fidelidade aos valores e aos ideais, a coragem, a honra, o respeito ou desprezo pelas instituições, os sentimentos altruístas, a sensibilidade democrática.
Mas, como lembra, de novo Jacques le Goff,  “De même que le passé n´est pas l´histoire mais son objet, de même la mémoire n´est pas l´histoire, mais à la fois un de ses objets et un niveau élèmentaire d´élaboration historique” ( Le Goff, 1988:221). O autor pretende assim chamar a atenção para ingénuos entusiasmos em relação à importância do testemunho oral, sublinhando que “s´il veut dire par là que le recours à l´histoire orale, aux autobiographies, à l´histoire subjective élargit la base du travaille cientifique, modifie l´image du passé, donne la parole aux oubliés de l´histoire, il a parfaitement raison”. ( Le Goff, 1988:221). Mas acrescenta também que não se pode colocar no mesmo plano “produção autobiográfica “ e “produção profissional”. 
È justamente aqui que tem lugar um importante debate sobre o estatuto científico-académico da H.O. Um debate que, apenas iniciado entre nós, me parece desde o início desviado para questões acidentais ou periféricas. Não discuto a importância das questões técnicas que envolvem a produção e conservação do documento oral (natureza da relação entrevistador/entrevistado, momento ideal da gravação, a sua duração e frequência, formas de conservação, inventariação e utilização), mas elas parecem-me estranhamente sobrevalorizadas em relação às questões epistemológicas que deverão estar a montante. Isto é: A HO é tão somente uma ferramenta, uma técnica, uma metodologia auxiliar das diversas áreas do conhecimento, ou mais do que isso, tem plena legitimidade a constituir-se como uma nova disciplina académica? A que necessidades responde e como explicar que o seu êxito seja muito maior justamente fora dos meios académicos?  
Excluindo as correntes da historiografia mais conservadora, que remetem a HO para o domínio da pura subjectividade, que o mesmo é dizer para um terreno demasiado exposto ao risco do embuste, da falsidade ou da invenção, os historiadores começam a baixar o nível das resistências, utilizando progressivamente nas suas obras a HO, com uma importante ressalva: desde que entendida como meio e nunca como fim, ou seja como ferramenta, instrumento, mecanismo, recurso. Seja qual for a designação, a ideia parece clara: não reconhecer dignidade e autonomia à HO, à qual, sitomaticamente, preferem a designação de testemunho oral (é o caso de José Mattoso),  que só se justifica enquanto instumento ao serviço de uma interpretação histórica global. Não é, contudo, uma versão consensual. Em paralelo cresce uma outra que se afirma defensora da HO como disciplina autónoma, a única capaz de escutar a voz dos excluídos, trazer à luz do dia realidades “indescritíveis” e dar testemunho das situações extremas de sofrimento ou exaltação.
Finalmente, a questão de saber por que razão a comunidade académica resiste ao reconhecimento da HO, ao mesmo tempo que se recusa a conceder dignidade histórica aos muito e muitos trabalhos nesta área, desenvolvidos dentro, mas sobretudo fora do seu contexto. Muitas vezes essa desconfiança maior esconde-se por detrás de desconfianças menores, relativamente às técnicas de produção, arquivo e utilização, mas visam no fundo a grande questão do processo de validação e verificação dos documentos orais que a comunidade académica ainda encara como um monopólio seu. È como se o documento resultante de uma entrevista (em que colabora naturalmente, e apenas, o investigador e o entrevistado), precisasse de um certificado de validade que nenhum dos dois está em condições de assegurar, e que só uma entidade exterior – a academia – poderia fazer. Não discuto que os documentos orais (exactamente como os escritos) têm que estar sujeitos à crítica, mas não apenas à crítica da comunidade científica, que como a própria história tem abundantemente provado não é imune àquilo que tanto teme e pensa esconjurar: embustes, falsificações ou manipulações. Talvez que uma crítica alargada, responsável e democrática seja o que mais falta faz à história em geral: oral ou escrita.
.Afinal, como nos lembra ainda  Paul Ricoeur: “ Il ne faudra toutefois pas oublier que tout ne comence pas aux arquives, mais avec le témoignage, et que, quoi qu´il en soit du manque principiel de fiabilité du témoignage, nous n´avons pas mieux que le témoignage en dernière analyse, pour nous assurer que quelque chose s´est passé, à quoi quelqu´un atteste avoir assisté en personne, et que le principal, sinon parfois le seul recours en déhors d´autres types de documents, reste la confrontation entre témoignages” (Ricoeur,2000:182)     
Continuando na senda deste autor, atingiremos o critério último de fiabilidade que incorpora, mas ultrapassa quer o procedimento técnico “artificial” do arquivista, quer o da investigação do juíz. O lugar da prova  é, pois, o de uma outra instituição, que não é nem o arquivo, nem o tribunal , nem  a academia. É a segurança do vínculo social que repousa na confiança na palavra do outro. Este vínculo fiduciário estende-se a todas as trocas, contratos e pactos, e transforma-se num habitus da comunidade, corporizado afinal uma regra de prudência: primeiro confiar na palavra do outro, em seguida duvidar, se fortes razões a isso obrigarem. O crédito dado à palavra do outro faz do mundo social um mundo intersubjectivamente partilhado. E esta partilha é a componente maior do que podemos chamar “senso comum” . É ele que é duramente afectado quando as instituições políticas instauram um clima de vigilância mútua, de delação, de práticas mentirosas, que rompem pela base a confiança na linguagem. E conduzem à manipulação da memória e, consequentemente da história.

3. Para os mais relutantes em conceder dignidade histórica aos documentos recolhidos no registo único da oralidade, não resisto em invocar o que todos sabem, mas parecem esquecer: O testemunho constitui a estrutura fundamental da transição entre memória e história. Por isso, a HO longe de ser uma conquista das mais modernas correntes da historiografia, tem, afinal,  grandes tradições: é tão velha como a própria história, cujo pai (Heródoto) transpõe para a narrativa factual o imenso legado da narrativa poética do seu antecessor Homero. E, quanto a mim, a chave para a compreensão da origem e verdadeira natureza do conhecimento histórico (às quais parece ser tão urgente regressar) reside não apenas no consagrado historiador Heródoto, mas também no não menos célebre poeta Homero. Liga-os afinal, a prática magistral da narrativa (factual ou poética) como tentativa de nos aproximar o mais possível da realidade. Porque, como escreve Hannah Arendt, “ a realidade é diferente da totalidade dos factos e dos acontecimentos e é mais do que esta, que, de qualquer modo não pode ser determinada.  Aquele que diz o que é, conta sempre uma história e nessa história os factos particulares perdem a sua contingência e adquirem um significado humanamente compreensível” (Arendt,1995:58). E não é afinal o fim último de toda a ficção, tocar, mesmo ao de leve, os mistérios da realidade humana? E mais do que isso, torná-la suportável, mesmo nos limites da dor extrema ou da suprema alegria? Como nos diz Karen Blixen “todas as dores podem ser suportadas se as transformarmos em história ou se contarmos uma história sobre elas”.  
O regresso à dupla Homero/Heródoto, como matriz e horizonte da frágil fronteira entre história e literatura, parece-me mais do que bloqueio, sinalização de um caminho que, apontado desde a antiguidade, e após a longa deriva de séculos sob o império de um conceptualismo analítico redutor, abre para uma hermenêutica compreensiva como corolário de um pluralismo dinâmico que ligue ciência e arte, como os dois polos da vida individual e colectiva. Como escreve Gilbert Durand: “A razão e a ciência só ligam os homens às coisas, mas o que liga os homens entre si, ao humilde nível das felicidades e das penas quotidianas da espécie humana é a representação afectiva, porque vivida. (...): Depois do Museu Imaginário (de Northop) no sentido estrito, o museu dos ícones e das estátuas, é preciso apelar para um outro museu, é preciso generalizar um outro museu mais vasto que é o dos “poemas”.(Durand,1993:104)

BIBLIOGRAFIA

ARENDT, Hannah  Verdade e Política, Relógio d´Água Editores, Lisboa,1995  
BEBIANO, Rui  Sobre a História como Poética. In Revista de História das Ideias, vol 21. Coimbra,2000 
 CATROGA, Fernando  Memória, História e Historiografia. Quarteto, Coimbra, 2001
  DURAND, Gilbert  A Imaginação Simbólica, Edições 70, Lisboa, 1993
  LE GOFF, Jacques Documento/Monumento. In Enciclopédia Einaudi, vol.I. Lisboa, Imprensa Nacional,      1984. 
LE GOFF, Jacques  Histoire et Mémoire, Editions Gallimard, Paris, 1988 
MATTOSO, José  A escrita da História, Teoria e Métodos, Lisboa,  Editorial Estampa 1988
MEIHY, José Carlos Sebe Bom Manual de História Oral, Loyola, São Paulo, 1996
RICOEUR, Paul  La Mémoire, l´Histoire, l`Oubli. Éditions du Seuil, Paris, 2000