+ Sobre O SAAL
Introdução
O PROCESSO SAAL
O SAAL, Serviço de Apoio Ambulatório Local, foi criado durante o 2º Governo Provisório, no final do mês de Julho de 1974 através do despacho conjunto do ministro da Administração Interna e do secretário de Estado da Habitação e Urbanismo, Nuno Portas. Tinha como principal objectivo dar apoio às populações – na altura, 25% dos portugueses - que viviam alojadas em locais que não respeitavam as mínimas condições de conforto, segurança, salubridade e privacidade, através de um programa que respeitasse e reflectisse as necessidades e anseios das populações carentes.
Para atingir tal objectivo os arquitectos - Nuno Portas, Alves Costa, Siza Vieira, Souto Moura, Gonçalo Byrne e Teotónio Pereira, entre outros – entendiam que a participação dos moradores na elaboração e construção das obras era fundamental para que estes se apropriassem inteiramente das novas moradias. Desta forma temos, nos alicerces do SAAL, o trabalho em parceria dos arquitectos e da população. Os arquitectos, com a ajuda e intervenção da população, faziam os projectos; os futuros moradores construíam as novas habitações e o Estado financiava.
Dos projectos planeados, foram executadas cerca de 170 operações, que envolveram mais de 40.000 famílias de moradores pobres, de norte a sul do país (Porto, Lisboa, Setúbal, Évora, Algarve). Cada uma das equipas, com seus respectivos arquitectos coordenadores, desenvolveu os programas à sua maneira, o que justifica a grande diversidade do projecto. Tal diversidade comprova que os programas desenvolvidos pelo SAAL respeitaram e responderam a diferentes características e necessidades locais.
Em Outubro de 1976 o SAAL deixa de ser responsabilidade da administração central e passa a ser tutelado pelas autarquias, o que, segundo o arquitecto José António Bandeirinha "limitou drasticamente e, em grande medida, aniquilou as condições de coesão processual e metodológicas do projecto".
Apesar do curto período de duração, o SAAL deu lugar a uma importante produção arquitectónica portuguesa que ainda hoje é referência e, como tal, objecto de discussão.