O CASO «REPÚBLICA»
(Comunicado do CR -22/5/75)
O Conselho da Revolução, reunido em sessão extraordinária, apreciou a actual situação política e decidiu fazer mais um apelo ao povo português e aos partidos políticos para a unidade nacional, em face da dura tarefa de reconstrução que o País defronta, e da qual a batalha da produção, já iniciada, constitui o objectivo fundamental, perante o qual todas as lutas ou querelas partidárias se deverão apagar.
Reprova-se, assim, toda a especulação feita em torno da paralisação do jornal «República», que resultou de um confronto entre a administração e trabalhadores da empresa, e a forma como um litígio foi explorado no interior e no estrangeiro, denegrindo novamente o prestígio do País de maneira absolutamente desproporcionada à importância do incidente.
A este respeito, lembra que a instituição das liberdades democráticas foi e é iniciativa do M. F. A. e que a sua defesa não é exclusivo de qualquer partido político, mas sim do próprio M. F. A. e de todo o povo português.
Reprova ainda o recurso demagógico em propaganda partidária ao fantasma da «ditadura», acenado constantemente na frente dos sectores populacionais menos esclarecidos, pois o M. F. A. já demonstrou, e as últimas eleições realizadas são disso a prova evidente, que nunca consentirá na instituição de novo sistema ditatorial em Portugal.
Por fim, reconhecendo mais uma vez que a Aliança Povo-M. P. A, constitui a base fundamental da revolução e do seu caminho para o socialismo português, não aceitará que qualquer partido, ou partidos, se considerem como exclusivos intermediários nas ligações políticas, sociais e culturais entre o M. F. A. e o povo.
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