Soneto de Abril

Natália Correia 
 
SONETO DE ABRIL
 
 
Evoé! de pâmpano os soldados  
rompem do tempo em que Evoé! a terra 
salvé rainha descruzando os braços 
com seu pé de papiro pisa a fera.
Na écloga dos rostos despontados  
onde dos corvos se retira a treva, 
de beijo em beijo as ruas são bailados  
mudam-se as casas para a primavera.
Evoé! o povo abre o touril 
e sai o Sol perfeitamente Abril  
maravilha da Pátria ressurrecta.
Evoé! evoé! Tágides minhas 
outras vez prateadas campainhas 
sois na cabeça em fogo do poeta.
(Inédito) 
 
 
PoemAbril 
Antologia de autores organizada por 
Carlos Loures e Manuel Simões 
Fora do Texto - Cooperativa Editorial de Coimbra, CRL. 
Coimbra, 1994