Entrevista com Fernando Rosas - Oposição ao regime Salazarista

ERA UMA VEZ UM MILÉNIO
 
Entrevista com Fernando Rosas
“Em tempo de mudança, a História do Século XX”

Por Adelaide Marques, Maria dos Anjos Pinheiro e Esmeralda Serrano.
 
 
O ano de 1960 foi de esperança para a África negra. Um tempo de libertação e de confiança. Dezassete antigas colónias alcançaram nesse ano a independência e na maior parte delas a transição foi ordeira, à excepção do Congo e das colónias portuguesas de Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. As guerras coloniais, tema a que já dedicámos quatro programas e hoje lembramos uma gravação da época transmitida na rádio.
“Vai falar agora um estudante da Faculdade de Direito de Lisboa, um rapaz natural da Guiné, uma província do Ultramar. Pedro Orti, aluno do Liceu Honório Barreto da Guiné portuguesa, actualmente a cursar a Faculdade de Direito de Lisboa. Portugal uno e indivisível.
Não se podia fazer esperar por mais um minuto sequer o protesto da juventude portuguesa contra os ataques que Portugal está sendo alvo na ONU. Este protesto que aqui viemos fazer através da nossa voz uníssona é tanto mais enérgico, tanto mais...”
Era assim o discurso oficial, mas havia outros.
Em 1964 os Estados Unidos iniciam os bombardeamentos aéreos sobre o Vietname do Norte, cresce a agitação nos campus universitários americanos contra a guerra. A música acompanha esta revolta e agitação pela voz de Joan Baez e Bob Dylan.
Mas os ídolos indiscutíveis dos anos 60 foram os Beatles, quatro jovens ingleses de Liverpool conquistaram o mundo num sucesso que chega aos nossos dias.
Em Portugal, a juventude doa anos 60 também canta Joan Baez, Bob Dylan e os Beatles, mas canta também José Afonso e Adriano Correia de Oliveira.
Os anos 60 em Portugal começam com a guerra, com revolta e greves.
A oposição ao regime salazarista é o tema de hoje, como sempre com a participação do professor Fernando Rosas.
Fernando Rosas - A década de 60 foi marcada por uma profunda transformação das realidades a nível dos vários países europeus, a nível internacional e também a nível do nosso país, mas talvez seja até de considerar em primeiro lugar a nova conjuntura internacional que marca a época de 60. Repare é uma conjuntura que do ponto de vista internacional é marcada pela grande eclosão e explosão dos movimentos de libertação em África, na América Latina, é a década, por excelência, da guerrilha na América Latina, em África e em vários países da Ásia, é a época em que surge também nos países desenvolvidos da Europa e estou a falar da França, da Alemanha, da Itália, da própria Espanha. Nesse ambiente de prosperidade que se vive na Europa com o desenvolvimento típico desses trinta anos de ouro do pós-guerra, em plena prosperidade vão surgir os grandes movimentos de contestação estudantil e também operária à ordem estabelecida, são os movimentos de Maio de 68, são os movimentos na Alemanha, são os movimentos na Itália, em Espanha, aliás movimentos estudantis também com importantes manifestações nos Estados Unidos da América, designadamente contra a guerra no Vietname, mas é o período também em que do lado do bloco socialista estas novas realidades do desenvolvimento do capitalismo, estas novas realidades da evolução da mentalidade, dos novos gostos, das novas músicas, dos novos valores se vão manifestar dentro do próprio chamado bloco de leste. E os anos 60, 68 nomeadamente esse ano emblemático de 68, é o ano da Checoslováquia, de Dubcek, é o ano do primeiro ensaio reformista do pós-guerra com Dubcek esmagado pela ocupação soviética e das tropas do Pacto de Varsóvia, e é o ano, não é só isto no bloco do leste europeu que há fissuras, é o ano sobretudo do grande dissídio sino-soviético, ou seja, da grande cisão do mundo comunista em dois blocos, um bloco chinês, mais radical, e um bloco soviético, mais alinhado, após o XX Congresso de 56, com as teorias da coexistência pacífica e da transição pacífica para o socialismo. De qualquer maneira, a década de 60 foi uma década de grandes transformações internacionais, de grandes convulsões internacionais, é se quiser, por excelência a década das revoluções, dos movimentos revolucionários, a década das bandeiras vermelhas, das bandeiras negras, dos novos valores, da crença sólida de que é possível mudar o mundo, mudar a ordem capitalista e instaurar uma ordem nova fosse o que isso fosse à luz dos vários movimentos de contestação que varriam a Europa, a América do Norte e os movimentos armados de libertação pela África, pela América Latina e pela Ásia. Como calcula, mesmo num país como o nosso, periférico, marcado pela censura, pelo controlo da informação, pela vigilância política, pela repressão, enfim, por um ambiente de clausura mesmo em termos económicos, de relativa separação ainda que tivéssemos já aderido à EFTA, estávamos fora da Comunidade Económica Europeia e sobretudo longe dos valores que nessa altura, aparentemente longe dos valores que agitavam a Europa, mesmo num país com as dificuldades em termos de liberdade, de mentalidade e de comunicação que o nosso tinha, esse tipo de problemas vão, esse tipo de realidades, vão ter os seus inevitáveis reflexos. Eu permitir-me-ia dizer que tiveram os seus inevitáveis reflexos desde logo naquela camada social particularmente sensível a essas mudanças, porque é uma camada que está desligada da produção, mas tem acesso à cultura, aos livros, aos conhecimentos, é jovem, está disponível que é a camada da juventude estudantil, tem uma posição social, intelectual que a tornam normalmente premonitória das grandes mudanças, dos grandes abalos. No nosso caso também, o movimento estudantil já o analisámos aqui ao longo de três programas, o movimento estudantil reflectiu, nas suas diversas fases, 1962, 65, 68, 69 foi reflectindo esses grandes abalos e vai-se constituindo, indiscutivelmente, a partir de 62 como uma ponta de lança da contestação ao regime marcelista. Mas repare, dalguma maneira a sociedade portuguesa tinha beneficiado dessas décadas de rápido crescimento económico da Europa. Portugal cresce a um ritmo sem precedentes, nem antes, nem depois, isso se voltará a repetir a esse ritmo, a um ritmo sem precedentes no fim dos anos 50 e sobretudo na década de 60. É um crescimento económico muito rápido, é uma industrialização relativamente rápida, a taxas elevadas, tanto mais que se parte de níveis muito baixos no pós-guerra, mas isso tinha criado algumas realidades sociais novas em Portugal. Tinha em primeiro lugar criado grandes concentrações urbanas com a deslocação das populações rurais para a emigração, mas também para os grandes centros urbanos onde estava a indústria, onde estão os novos serviços, os novos empregos. Tinha criado com as novas indústrias que surgiram um novo proletariado industrial e sobretudo, como importante novidade, uma nova pequena burguesia dos serviços. Os serviços modernos desenvolvem-se com a expansão da banca, com a modificação do comércio, com a expansão das companhias de seguros, enfim o surgimento dos grandes grupos financeiros deu origem ao desenvolvimento rápido de um novo sector de serviços, de uma nova pequena burguesia urbana, empregados de escritório, empregados bancários, empregados de serviços que passam a constituir uma percentagem importante da população das grandes cidades e repare, são camadas que têm um novo acesso, apesar de tudo, ao ensino e à cultura porque naturalmente verifica-se paralelamente uma expansão sobretudo do ensino médio, do ensino secundário, quer do ensino técnico quer do ensino liceal, há uma grande explosão da entrada nos níveis médios do ensino e na universidade um pouco também, ainda que a um ritmo muito mais lento, a universidade é muito menos sensível a estes projectos de mudança que de alguma maneira começam a verificar-se a nível do ensino secundário e portanto temos uma nova camada social, com novos conhecimentos, com novo acesso à cultura e com uma outra consciência da injustiça da distribuição dos rendimentos acrescidos que são fruto do desenvolvimento. Ou seja há um desenvolvimento rápido, há uma muita maior criação de riqueza, mas há graves problemas ao nível da distribuição da riqueza, designadamente em prejuízo não só das camadas do novo operariado industrial como sobretudo dessa pequena classe média que tinha surgido fruto da complexificação dos serviços. Ora, trata-se de camadas sociais que tinham consciência da injustiça dessa distribuição o que não tinham era meios legais de poder corrigi-la, ou seja, não havia liberdade sindical, não havia liberdade de expressão, não havia liberdade de associação e portanto são estes grandes sectores urbanos a nível quer do novo proletariado industrial, a nível também como grande novidade, a nível destas camadas, destas novas camadas do sector terciário, começa-se a desenvolver uma consciência de insatisfação, de resistência que a meu ver deu já o primeiro sinal nas eleições do general Humberto Delgado, em 58, foi um primeiro claro sinal, mas essa tensão vai-se acumulando ao longo dos anos 60 com uma explosão importante nas lutas sociais de 62, mas após as lutas sociais de 62, as grandes manifestações do 1º de Maio, 8 de Maio de 62, a luta pelas 8 horas no Alentejo, também nesse 1º de Maio de 62, as grandes manifestações e greves também nesse período da Primavera de 1962, mas essa onda que tinha sucedido ao delgadismo após 58, como que morrem em 62, a situação politicamente à superfície tende a conhecer uma certa acalmia, excepto as erupções estudantis, mas tende a conhecer uma certa acalmia entre os anos de 62 até ao fim da década de 60, até à morte política de Salazar em Setembro de 68, mas naturalmente estão acumuladas na sociedade portuguesa fortíssimas tensões sociais, fortíssimas tensões políticas que tinham de alguma maneira de se manifestar. A nível das oposições como é que se manifestou toda esta nova pressão interna e externa que eu procurei sintetizar. Naturalmente com uma grande novidade, em termos políticos e ideológicos, que foi a radicalização geral da luta oposicionista, mesmo num contexto, num certo enfraquecimento das lutas sociais ou por causa dele próprio, ou seja, depois das grandes explosões de 62, entra-se num período de refluxo, de recuo, de abrandamento e isso suscita nos jovens radicais, em novos sectores políticos, em novas pessoas politizadas uma grande insatisfação com o que se chamava a oposição tradicional, a oposição que ciclicamente, de quatro em quatro anos, acorria às eleições fabricadas e consentidas pelo Regime como que a cumprir um ritual de intervenção que ainda que aproveitado para denunciar o Regime, também podia ter uma componente de alguma legitimação à própria farsa que o Regime organizava. O próprio Partido Comunista começa a ser criticado pela esquerda por participar neste tipo de ciclo, neste tipo de jogo eleitoral político sem grande saída e portanto também em Portugal, neste contexto, vai surgir uma cisão pró-chinesa, como se chamava na altura o Comité Marxista-Leninista Português e a Frente de Acção Popular, em 1963-64, é a primeira cisão pró-chinesa dentro do PCP, com Francisco Martins Rodrigues, João Pulido Valente, Rui d´Epinay e outros homens que nessa altura cindem do Partido Comunista. Não só isso, vão surgir também grupos partidários de acção armada, logo aí nos meados dos anos 60, é o caso da Liga Unitária de Acção Revolucionária, a LUAR, que vai fazer um célebre assalto à delegação do Banco de Portugal na Figueira da Foz, exactamente também em meados dos anos 60, mas e tudo isto são elementos que puxam para a própria radicalização da vida política. É preciso dizer que os grupos socialistas, Acção Socialista Portuguesa, ainda não havia Partido Socialista, até vê com alguma simpatia estas acções armadas que a LUAR pretende protagonizar, surge também um movimento de acção revolucionária de intelectuais de esquerda socialista que também fala na luta armada ainda que naturalmente nunca tenha passado das declarações de intenção nessa matéria, a própria FAP faz algumas tentativas de acções isoladas, armadas, mas sem grande sucesso. É preciso dizer, aliás, que essa cisão, a primeira cisão no Partido Comunista é praticamente destroçada pela repressão policial pouco depois, em 1965, 65, 66, praticamente é destroçada, mas naturalmente há toda uma apetência pela radicalidade, pela radicalização, pela mudança dos métodos de luta, pela busca de formas mais drásticas de manifestar oposição ao Regime que está a fermentar e que vai explodir, de alguma maneira, com o próprio ocaso político do salazarismo, ou seja, em 1968 por virtude da influência do Maio francês que tem muita influência nesse processo de radicalização, isso vai criar sementes sobretudo em grupos estudantis, sementes de agitação. É em Fevereiro de 68 que se dá a primeira manifestação contra a guerra do Vietname em Portugal, a partir daí transformada em manifestações contra a guerra colonial por altura de Fevereiro, mas é sobretudo a partir, no contexto inicial de descongelamento relativo do Regime de transição do salazarismo para o marcelismo que há uma enorme explosão, que se dá aquilo que se pode chamar a grande explosão do movimento de extrema esquerda. Reorganiza-se esse sector do Comité Marxista-Leninista Português que vai dar origem depois a vários grupos chamados ML por referência a marxista-leninista, é altura em que a LUAR, a tal Liga Unitária de Acção Revolucionária vai retomar algumas das suas acções. Nesse campo do guerrilheirismo, chamemo-lhe assim, vão surgir mais tarde, já nos anos 70 as Brigadas Revolucionárias, o próprio PCP para não ser ultrapassado pela esquerda em termos de em acções armadas vai lançar a ARA, a Acção Revolucionária Armada, e no campo dos grupos mais ou menos de origem estudantil, o MRPP surge vindo duma organização estudantil a Esquerda Democrática Estudantil, em 1970, os próprios grupos, pequenos, mais pequenos, grupos trotskistas fazem o seu surgimento na arena política, mas sobretudo são grupos de orientação marxista-leninista, maoista, menos trotskistas, os grupos guerrilheiristas, partidários da acção armada, tudo isto são realidades a confluir de forma desencontrada, mas coincidindo no mesmo objectivo na luta contra o Regime a partir exactamente do fim dos anos 60, início dos anos 70, é uma drástica radicalização da luta política. As Universidades tornam-se praticamente ingovernáveis porque naturalmente entra-se num ciclo de repressão-resposta que leva o governo, o ministro Veiga Simão, a colocar nas faculdades “os gorilas”, leva a polícia a entrar nas Universidades e a assassinar o estudante José António Ribeiro Santos, leva a consecutivas greves, manifestações que levam ao encerramento de praticamente todas as Associações de Estudantes e ao desaparecimento das Associações de Estudantes enquanto tal e ao surgimento de movimentos de contestação estudantil à margem da legalidade e das próprias Associações de Estudantes, mas leva ao encerramento praticamente de todas as Associações Académicas até, enfim, no período final do Regime e durante o marcelismo.
Esses, aliás, os estudantes transitam da luta académica para a luta abertamente política, é a altura em que vários movimentos, pequenos grupos associados ao MRPP desenvolvem uma intensa luta anti-colonial, é o Movimento Popular Anticolonial, a Resistência Popular Anticolonial, são por parte do MRPP e do PCP-ML os CLAC, que eram os Comités de Luta Anticolonial e portanto pichagens nas paredes, manifestações, acções de propaganda nas ruas, de grupos que percorrem as ruas para pintar paredes, os eléctricos, partir as montras dos bancos, etc. Tudo isso são acções que nessa altura se desenvolvem muito rapidamente não só em Lisboa, diga-se de passagem, mas em Coimbra e nos grandes centros urbanos, no Porto onde esses grupos também têm alguma influência e a par desse clima de intensa agitação política temos, a partir de 1970, uma sucessão muito importante de atentados militares, atentados armados, de acções armadas contra objectivos ligados à guerra colonial, quer transporte, quer helicópteros, aviões, instalações militares, acções que duma forma geral não conheço que tenham feito nenhuma vítima mortal, mas que causaram importantes danos ao, por vezes muito importantes mesmo, ao aparelho militar colonial, destinado a conduzir a guerra em África. O Partido Comunista de alguma maneira acompanha essa radicalização, ele próprio criando um braço armado de que já falei, a Acção Revolucionária Armada, mas desenvolvendo uma crítica ideológica, uma luta muito intensa contra o esquerdismo, contra o maoismo, enfim, contra essas, contra os grupos de extrema esquerda. É preciso dizer que estes grupos, ao mesmo tempo que desenvolvem um activismo muito intenso, sobretudo os que estão no interior contra o Regime, desenvolvem uma luta igualmente intensa contra a hegemonia ideológica do Partido Comunista, contra o que se chamavam então esses grupos consideravam o revisionismo soviético e portanto digamos que é um clima marcado por uma grande radicalização, por uma grande luta intestina entre os vários grupos e o PCP, entre os vários grupos entre si e entre o conjunto deles com o PCP, um período caracterizado pela eclosão de várias acções armadas muito significativas e importantes. É um período em que o próprio Partido Socialista entende ser a altura de no campo agora do socialismo e com isto termino, é altura em que o Partido Socialista compreende que é chegado o momento de se libertar definitivamente daquela ganga social democrata a que o segundo movimento socialista estavam um pouco ligados na sua origem, a Acção Socialista, o Directório Social, libertar-se desse sector do qual aliás veio a aproveitar um certo número de quadros regionais em certos pontos do país, etc., mas é altura da ASP, Acção Socialista Portuguesa, num processo, aliás, de clara radicalização e de conquista de apoios muito significativos, sobretudo, no sindicalismo dos serviços nos grandes centros urbanos onde conquistou uma série de novos quadros bem como também no mundo estudantil, é altura, como eu dizia, da ASP num processo de clara radicalização e de expansão da sua organização em 1973 se transformar, através de um congresso realizado na Alemanha, se transformar em Partido Socialista onde, aliás, se verificou uma luta ideológica interessante à volta do programa. Uma parte do Partido Socialista apresenta um programa extremamente radical, um programa que em pouco se distingue dos programas apresentados pelos grupos marxistas, ainda que esse programa, enfim, fosse um pouco esvaziado na prática pela própria acção moderadora de Mário Soares que tem um papel arbitral entre as várias tendências dentro do novo Partido Socialista, mas o Partido Socialista, ele próprio também num processo de radicalização desde logo traduzido num acordo político celebrado em Paris, em 1973, com o Partido Comunista Português, acordo esse que vai permitir, aliás, às diversas tendências da oposição voltarem a reunir-se em listas únicas para intervir na campanha eleitoral de 1973. Gostava de dizer que esta segunda campanha eleitoral, a primeira de 69 é marcada por uma profunda divisão entre os sectores comunistas e seus aliados e o sector [Locutora - A CDE e a CEUD] socialista, com a extrema esquerda já um pouco à margem. As segundas eleições de 73 a extrema esquerda apela ao boicote activo contra o que se chamava a farsa e que era uma farsa eleitoral e quem vai aparecer nas eleições são listas unidas, unitárias, do Partido Comunista e do Partido Socialista reencontrados neste novo ambiente que era um ambiente que decorria da própria desilusão com o próprio marcelismo.
“Pareceu-me conveniente que sobretudo no período que estamos a viver houvesse possibilidade de contactos frequentes entre os que têm a responsabilidade do poder e o comum dos portugueses e é essa conversa em família que vou tentar estabelecer, de vez em quando, através da rádio e da televisão.”
(Palavras de Marcelo Caetano nas “Conversas em família”)
“A oposição ao governo salazarista durante a década de 60” foi o tema de hoje. Como sempre contou com a colaboração do professor Fernando Rosas.
Fizeram este programa Adelaide Marques, Maria dos Anjos Pinheiro e Esmeralda Serrano)
 
(Programa gravado da Antena 2 no dia 6 de Fevereiro de 1998)
Transcrição: Ireneu Batista