1975 Mural Colectivo. Caixa Geral de Depósitos - Viseu. |
15 de Janeiro Acordos de Alvor entre o Governo Português e os Movimentos de Libertação Angolanos. Fixa-se a data da independência: 11/11/75. Militantes de vários grupos de esquerda cercam o Palácio de Cristal no Porto, local onde decorre o Congresso do CDS proíbe todas as manifestações durante o período em que se desenvolverão as manobras da NATO em Lisboa. O desembarque previsto para o dia 31 não chega a realizar-se. Trabalhadores rurais ocupam terras abandonadas na herdade do Picote, em Montemor-o-Novo. Início da Reforma Agrária. Grande manifestação operária em Lisboa contra o desemprego e contra a NATO. Apresentação doPrograma Económico de Transição, elaborado por uma equipa chefiada pelo Major Ernesto Melo Antunes, com vista à recuperação económica do país. O MFA reforça os seus poderes políticos chamando a si um direito de veto relativo a decisões políticas fundamentais. Confrontações em Setúbal entre grupos políticos. A intervenção policial provoca dois mortos e obriga à intervenção do COPCON. Divisões profundas entre oficiais do MFA. A ala spinolista é levada a tentar um golpe de estado. Insurreição na Base Aérea de Tancos e ataque aéreo ao Quartel do RAL1 . Fuga para Espanha do General Spínola e outros oficiais. Reforço da capacidade de intervenção do COPCON chefiado por Otelo Saraiva de Carvalho. São extintos a Junta de Salvação Nacional e o Conselho de Estado e em sua substituição é criado o Conselho da Revolução. O Governo dá início à execução de um grande plano de nacionalizações (Banca, Seguros, Transportes etc...). Tomada de Posse do IV Governo Provisório, chefiado por Vasco Gonçalves. Plantaforma de acordo MFA/Partidos assinada por CDS, FSP, MDP, PCP,PPD, PS. O acordo visava o reconhecimento, por parte dos partidos, da necessidade de se manter a influência do MFA na vida política do país por um período de transição de três a cinco anos o qual terminaria por intermédio de uma revisão constitucional. Eleições para a Assembleia Constituinte com uma taxa de participação de 91,7%. Resultados dos Partidos com representação parlamentar: PS 37,9%; PPD 26,4%; PCP 12,5%; CDS 7,6%; MDP 4,1%; UDP 0,7%. Início do chamado Caso República . Raul Rêgo é afastado da direcção do jornal pelos trabalhadores, acusado de ter tornado o República no órgão oficioso do Partido Socialista. Ocupação pelos trabalhadores das instalações da Rádio Renascença, propriedade do Episcopado. Em Ponta Delgada realiza-se a primeira manifestação pública da Frente de Libertação dos Açores (FLA). Este movimento sem grande expressão e peso político reivindicava a autodeterminação dos Açores. Independência de Moçambique. Reagindo ao curso dos acontecimentos e à situação criada no jornal República o Partido Socialista desencadeia manifestações de massas - a maior das quais foi a da Fonte Luminosa, abandonando o Governo em 16 de Julho. O Partido Popular Democrático segue-lhe o exemplo. Iniciam-se as diligências para a formação de novo Governo. Independência de Cabo-Verde. MFA divulga o Documento "Aliança POVO/MFA. Para a construção da sociedade socialista em Portugal." Independência de S. Tomé e Príncipe. Assalto à sede do PCP em Rio Maior. Têm aqui início uma série de acções violentas contra as sedes de partidos e organizações políticas de esquerda, registadas por todo o país mas com maior intensidade no Norte e Centro. Esta onda de violência conotada com as forças conservadoras ficou conhecida por Verão Quente. Fuga de 88 agentes da ex-PIDE/DGS da prisão de Alcoentre. É criado no Conselho da Revolução o Triunvirato que passa a orientá-lo. Constituem-no Vasco Gonçalves, Costa Gomes e Otelo. É divulgado o Documento Melo Antunes, apoiado pelo Grupo dos Nove, um grupo de militares que representava a facção moderada do MFA, e que se opõem às teses políticas do Documento Guia Povo/MFA apresentado em 8 de Julho. Tomada de posse do V Governo Provisório, chefiado por Vasco Gonçalves. Melo Antunes e apoiantes são afastados do Conselho da Revolução. Aparecimento do "Documento do COPCON", em contraposição ao "Documento dos Nove", e reforçando a ideia de ser atribuído um papel político relevante às Assembleias Populares (democracia de base). Vasco Gonçalves é demitido do cargo de Primeiro Ministro. Iniciam-se as negociações para a formação do VI Governo Provisório, PS/PPD/PC. Desvio de 1000 espingardas automáticas G3 do DGM 6 em Beirolas. Manifestação dos SUV no Porto, numa tentativa de criar no seio das Forças Armadas uma zona de influência adepta do Poder Popular de Base como advogavam alguns partidos da chamada esquerda revolucionária. Tomada de posse do VI Governo Provisório, chefiado por Pinheiro de Azevedo. Agudiza-se a luta política nas ruas: manifestação dos Deficientes das Forças Armadas com ocupação de portagens de acesso a Lisboa e tentativa de sequestro do Governo. Prosseguem as nacionalizações: SETENAVE e Estaleiros de Viana do Castelo. Nova manifestação dos SUV em Lisboa. Na intenção de retirar poderes ao COPCON o Governo cria o AMI - Agrupamento Militar de Intervenção. O Governo decide retirar ao COPCON "os poderes de intervenção para restabelecimento da ordem pública". Manifestantes de partidos de esquerda assaltam e destroem as instalações da Embaixada de Espanha como medida de protesto contra a execução pelo garrote de cinco nacionalistas bascos, decidida pelo governo ditatorial do Generalíssimo Franco. O Governo manda selar as instalações da Rádio Renascença, ocupada desde Maio pelos trabalhadores. Mas a ocupação mantém-se. Por ordem do Governo, o recém criado AMI, faz explodir os emissores da Rádio Renascença. Independência de Angola. Manifestação de trabalhadores da construção civil cerca o Palácio de S.Bento sequestrando os deputados. Juramento de bandeira no RALIS - os soldados quebram as normas militares que regulamentam os juramentos de bandeira e fazem-no de punho fechado. O Conselho da Revolução decide substituir Otelo Saraiva de Carvalho por Vasco Lourenço no comando da Região Militar de Lisboa. Na sequência de uma decisão do General Morais da Silva, CEMFA, que dias antes tinha mandado passar à disponibilidade cerca de 1000 camaradas de armas de Tancos, paraquedistas da Base Escola de Tancos ocupam o Comando da Região Aérea de Monsanto e seis bases aéreas. Detêm o general Pinho Freire e exigem a demissão de Morais da Silva. Este acto é considerado pelos militares ligados ao Grupo dos Nove como o indício de que poderia estar em preparação um golpe de estado vindo de sectores mais radicais, da esquerda. Esses militares apoiados pelos partidos políticos moderados PS e PPD, depois do Presidente da República, General Francisco da Costa Gomes ter obtido por parte do PCP a confirmação de que não convocaria os seus militantes e apoiantes para qualquer acção de rua, decidem então intervir militarmente para controlar inequivocamente o destino político do país. Assim: Elementos do Regimento de Comandos da Amadora cercam o Comando da Região Aérea de Monsanto. O Presidente da República decreta o Estado de Sítio na Região de Lisboa. Militares afectos ao governo, da linha do Grupo dos Nove, controlam a situação. 26 de Novembro Comandos da Amadora atacam o Regimento da Polícia Militar, unidade militar tida como próxima das forças políticas de esquerda revolucionária. Após a rendição da PM, há vítimas mortais de ambos os lados. Os Generais Carlos Fabião e Otelo Saraiva de Carvalho são destituídos, respectivamente, dos cargos de Chefe de Estado Maior do Exército e de Comandante do COPCON. O General António Ramalho Eanes é o novo Chefe de Estado Maior do Exército. O VI Governo Provisório retoma funções. O Conselho de Ministros promete o direito de reserva aos donos de terras expropriadas. 7 de Dezembro A Indonésia invade e ocupa o território de Timor. |
Projectos temáticos - Cronologia Ilustrada - 1975